quinta-feira, 13 de maio de 2010

à margem da vida

Tenho medo. Confesso. Sou uma medrosa, uma cobarde, o que me quiserem chamar. Não vivo a vida, vou vivendo. Fico na margem do rio, vendo-o passar. Daqui vejo muitas coisas e gosto do que vejo. Penso como seria lá estar, no rio. Por lá nadar, mergulhar de cabeça ou apenas boiar. Mas nunca me atiro. É um bocado assustador, nunca se sabe com o que se pode contar. Raras são as vezes que encontro quem queira estar à margem do rio comigo, muitas são as pessoas que me acenam e dizem para me atirar. Não vou nisso... Porém, um dia, salpicaram-me, mas a água estava fria e cheguei-me ainda mais para trás na margem do rio. Não é assim que se faz, não é assim que se ensina alguém a nadar. Só queria que me chamassem e me fizessem querer nadar de novo. Me puxassem devagar, me fizessem ver que aquela água não é assim tão fria e, que acompanhados, é sempre bom estar ali. Mesmo que depois fosse esfriando. Não quero saber, ao menos teria começado a aprender a nadar. Afinal não se pode querer tudo de uma vez e de certeza que não vou aprender a nadar da primeira vez que me atirar ao rio.

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